A advogada Poliane França Gomes, presa por envolvimento com o Bonde do Maluco (BDM), passou a ocupar uma posição de destaque na hierarquia da facção criminosa na Bahia. As informações são de uma reportagem exibida pelo Fantástico, neste domingo (14).
Segundo as investigações, a entrada de Poliane no crime ocorreu em 2024, quando ela passou a atuar na defesa do traficante Leandro da Conceição Santos Fonseca, conhecido como Léo Gringo ou Shantaram, que acumula cerca de 70 processos por crimes como tráfico de drogas, homicídios e associação criminosa.
Posteriormente, Poliane foi cadastrada como companheira do traficante, o que lhe garantiu direito a visitas íntimas e maior tempo de convivência com ele na prisão de segurança máxima de Serrinha. A partir daí, conforme apontam os investigadores, ela se tornou o braço direito do líder do BDM, sendo responsável por repassar ordens do presídio para integrantes da facção em liberdade.
Com o avanço na estrutura criminosa, Poliane passou a controlar ações do grupo, além de ameaçar rivais e integrantes da própria facção por meio das redes sociais. Mensagens exibidas pelo Fantástico mostram cobranças violentas relacionadas a dívidas do tráfico, com frases como “vou começar a matar para essas desgraças pagarem” e “quem não pagar, vai pagar com a vida”. Nas conversas, ela utilizava o codinome RS ADV, sigla para Rainha do Sul Advogada.

O apelido faz referência a uma personagem de uma série mexicana que se envolve com o tráfico de drogas e assume posição de liderança no crime organizado.
Poliane foi presa em casa, na Ladeira do Bambuí, no bairro de São Caetano, em Salvador. No imóvel, a polícia apreendeu R$ 190 mil em dinheiro.
Ela e os demais investigados respondem por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em ataques armados contra facções rivais. A operação também resultou no bloqueio de contas bancárias que podem chegar a R$ 100 milhões, além da apreensão de bens de alto valor, como um haras com cavalos de raça, moto aquática e uma usina de energia solar.
Ao todo, já foram cumpridos 14 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão. Entre os alvos estão responsáveis pela contabilidade do tráfico e gerentes territoriais que atuavam em cidades como Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Camaçari e outros municípios baianos.



