Antes da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha — que deixou mais de 120 mortos, 113 presos e resultou na apreensão de 118 armas, sendo 91 fuzis —, as comunidades viviam um cenário de ostentação e violência. Bailes funk ligados ao Comando Vermelho transformavam becos e vielas em palcos onde som alto, drogas e armas de guerra se misturavam sob refletores.
Em vídeos gravados durante as festas, traficantes e simpatizantes aparecem dançando na chuva, exibindo fuzis e simulando disparos com as mãos enquanto o som ecoa pelos morros. Jovens posavam com armas longas, entorpecidos, em meio a uma multidão tomada pelo ritmo e pela presença dos criminosos que controlavam a região.
A Polícia Civil informou que o material bélico apreendido soma 91 fuzis, avaliados em cerca de R$ 5,4 milhões — uma média de R$ 60 mil por arma no mercado clandestino. O arsenal servia tanto para impor domínio territorial quanto para intimidar rivais e forças de segurança.
Batizada de Operação Contenção, a ação mobilizou 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar com o objetivo de frear a expansão do CV e cumprir cerca de 100 mandados de prisão contra criminosos de alta periculosidade. Entre os alvos, 30 eram vindos de outros estados, enviados ao Rio para reforçar o braço armado da facção, inclusive integrantes oriundos da Bahia.



