A presidência da Câmara dos Deputados afirmou que a expulsão de jornalistas do plenário, na terça-feira (9), ocorreu por “questões de segurança” após o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupar a Mesa Diretora. Em nota, Hugo Motta (Republicanos-PB) disse que a Polícia Legislativa aplicou o Ato da Mesa nº 145/2020 ao solicitar a retirada de assessores, servidores e profissionais de imprensa.
Logo após a saída dos jornalistas, Glauber foi removido à força por policiais legislativos, enquanto protestava contra a votação de cassação de seu mandato. Repórteres relataram agressões durante a ação. A TV Câmara também interrompeu a transmissão do plenário, segundo a Casa, por ser “procedimento técnico” quando uma sessão é suspensa.
A Fenaj classificou o episódio como “extremamente grave” e denunciou cerceamento à atividade jornalística. A presidente da entidade, Samira Castro, afirmou que a justificativa de segurança não explica a truculência registrada.
Hugo Motta havia marcado uma reunião com representantes da imprensa para quarta-feira (10), mas cancelou o encontro. O plenário voltou a ser fechado para jornalistas antes da sessão, sem justificativa. Dois dias depois, Motta lamentou os transtornos e prometeu apurar possíveis excessos.
Na quarta (10), profissionais da imprensa realizaram um ato na Câmara contra a censura e a violência policial. A ABI informou que acionará a Justiça contra o presidente da Casa.


