Levantamento recente indica que apenas quatro unidades da Federação ainda não registram células do Comando Vermelho (CV) dentro do sistema prisional: Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
Pesquisas e reportagens especializadas mostram que o CV ampliou sua presença em boa parte do país nas últimas décadas, mantendo atuação reconhecida em dezenas de unidades federativas e atuando tanto dentro quanto fora dos presídios, com influência em rotas de tráfico e redes logísticas. Estudos recentes apontam presença da facção em mais de 20 estados, enquanto outras apurações governamentais colocam a atuação do grupo em 23 a 25 unidades federativas.
A expansão prisional do CV tem implicações diretas para a segurança pública: dentro das cadeias, a organização costuma estruturar hierarquias que orientam crimes externos, recrutam e disciplinam membros, e disputam território com outras facções — fatores que elevam o risco de rebeliões, fuga de detentos e coordenação de ações criminosas no ambiente externo. Autoridades de segurança vêm adotando medidas que vão desde transferência de lideranças para unidades federais até operações conjuntas de inteligência para tentar conter essa articulação.
Especialistas apontam que a ausência de células formais em um estado não garante, por si só, imunidade à influência da facção. A atuação pode ocorrer de formas menos visíveis, por meio de alianças locais, inserção em rotas de tráfico ou recrutamento fora do ambiente prisional. Assim, o mapeamento da presença de facções exige atualização constante das informações por parte dos governos e órgãos de segurança.



