O Rio de Janeiro viveu, nesta terça-feira (28), um dia de intensa violência com uma megaoperação das polícias Civil e Militar, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense. A ação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes, é considerada a mais letal da história do estado, superando o número de vítimas fatais da operação no Jacarezinho em 2021.
De acordo com o último balanço das forças de segurança, a operação resultou em 64 mortes, sendo 60 de suspeitos de envolvimento com o crime organizado e quatro de policiais (dois civis e dois militares do BOPE). Além disso, 81 pessoas foram presas e houve apreensão de um grande volume de armamentos, incluindo 75 fuzis. O principal objetivo da “Operação Contenção” é capturar líderes do Comando Vermelho (CV) e conter a expansão territorial da facção nas comunidades.
Cenário de Guerra e Reação do Crime Organizado
A intervenção policial transformou as regiões do Alemão e da Penha em um verdadeiro cenário de guerra. As autoridades relataram que criminosos reagiram de forma violenta, utilizando táticas de “narcoterrorismo”, com barricadas em chamas, intensa troca de tiros e, inclusive, o uso de drones para lançar bombas.
Em represália à operação, o Comando Vermelho ordenou uma série de ataques em diversas partes do Rio de Janeiro, provocando o caos na cidade. Ruas foram bloqueadas, e houve roubo e incêndio de mais de 50 ônibus e o sequestro de caminhões e até de um coletivo no Centro, levando o município a entrar em Estágio 2 de atenção.
Impacto na Rotina e na Bahia
A rotina da população carioca foi profundamente afetada. Escolas e Unidades de Saúde tiveram o funcionamento suspenso, e diversas linhas de ônibus alteraram seus itinerários.
O impacto da operação também foi sentido indiretamente na Bahia. Segundo informações da imprensa, alguns dos mortos e presos na operação são suspeitos com origem ou ligação do estado da Bahia, apontando para a ramificação nacional das facções criminosas.
O governador do Rio, Cláudio Castro, reforçou em nota o compromisso de lutar contra o crime organizado, enquanto o Ministério Público Federal e a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) já solicitaram explicações sobre a alta letalidade da megaoperação.



